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Vacinação no Idoso

O envelhecimento está associado a alterações imunológicas, conhecidas como imunossenescência, que aumentam o risco de infecções, complicações, internações e declínio funcional.

Com o progressivo aumento de expectativa de vida e a busca cada vez mais frequente por melhor qualidade de vida, a vacinação torna-se importante aliada dos idosos na conquista de dias melhores e mais saudáveis.

O calendário de vacinação do idoso, recomendado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) é composto das seguintes vacinas:

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Influenza

  • Indicada para prevenção de gripe, bem como pneumonia viral primária, pneumonia bacteriana secundária, hospitalização e óbito;
  • Composta de vírus inativados e fragmentados, sem risco de infecção associada à vacina;
  • Dose anual – disponível na rede pública (trivalente) e privada (quadrivalente);
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Pneumocócicas

  • Indicadas para prevenção de pneumonia, bacteremia e meningite causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae – principal causa de morbimortalidade no mundo, especialmente em crianças e idosos;
  • Polissacarídica 23-valente (VPP23) e Conjugada 13-valente (VPC13);
  • Iniciar com a VPC13 (disponível na rede privada) e após 6-12 meses, complementar com a VPP23 (disponível na rede pública e privada). Repetir a VPP23 após 5 anos da primeira dose;

 

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Herpes zoster

  • Indicada para prevenção do herpes zoster e suas complicações (neuralgia pós-herpética), inclusive em quem já teve a doença;
  • Composta de vírus vivos atenuados – importante aguardar 6-12 meses após episódio agudo da doença para vacinação;
  • Dose única (disponível na rede privada);
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Difteria, tétano e coqueluche

  • Indicada para prevenção de difteria e tétano – doenças praticamente erradicadas, mas que tem apresentado surtos devido a falta de reforço vacinal, além da coqueluche que tem tido aumento de casos, especialmente na infância, período em que pode ser mais grave e, portanto, a grande importância de proteção indireta dos familiares e contactantes;
  • Dupla bacteriana do tipo adulto (dT – disponível na rede pública) e tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa – disponível na rede privada);
  • Aos idosos que já receberam, no passado, 3 doses da dT, indicado receber uma dose da dTpa e repetir a cada 10 anos. Se não disponível dTpa, indicada dT a cada 10 anos. Aqueles que nunca foram vacinas ou não tem histórico conhecido, indicada dose de dTpa, seguida de duas doses de dT (após 2 e 4 meses) e reforços com dTpa ou dT a cada 10 anos;
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Hepatite A

  • Maioria dos adultos e idosos já tem anticorpos, indicada naqueles em que há maior risco de doença aguda e com sorologia negativa;
  • Composta de vírus inativados;
  • Recomendada após avaliação sorológica ou em surtos, em duas doses com intervalo de 6 meses entre elas – disponível na rede privada;
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Hepatite B

  • Indicada para prevenção de hepatite B, doença sexualmente transmissível, com aumento de incidência entre os idosos nos últimos anos e que pode ter cronificação e complicações associadas;
  • Composta de antígeno de superfície do vírus, obtido por engenharia genética;
  • Três doses, sendo a segunda após 1 mês e a terceira após 6 meses da primeira dose – disponível na rede pública 
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Febre Amarela

  • Indicada para prevenção da febre amarela e suas complicações, em todos os idosos residentes de áreas de risco. Por ter maior risco de efeitos colaterais em idosos e imunodeprimidos, é recomendada avaliação individual;
  • Composta de vírus vivo atenuado;
  • Dose recomendada varia conforme situação epidemiológica e exigência de países estrangeiros em viagens, em geral, apenas uma dose – disponível nas redes pública e privada

 

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Meningocócica

  • Indicada para idosos em situações de epidemia da doença;
  • Composta de polissacarídeos dos meningococos A, C, W e Y, conjugados;
  • Dose única – disponível na rede privada
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Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola)

  • Indicada em situações de surtos, em pessoas sem comprovação sorológica ou que não tenham recebido duas doses da vacina, previamente;
  • Composta de vírus vivos atenuados;
  • Duas doses com intervalo de 1 mês, aplicadas após 1 ano de idade, são consideradas suficientes para proteção – disponível na rede privada

Desde o início do ano de 2020, estamos vivendo a pandemia pelo novo coronavírus. Cientistas do mundo todo estão envolvidos na pesquisa e disponibilização de vacinas que possam proteger a população e conter o avanço da doença. É muito importante que a população compareça aos postos de vacinação, conforme seja convocada e tome a vacina que estiver disponível. Os estudos estão sendo realizados em tempo recorde devido à gravidade da doença e sua proporção global, mas os protocolos de eficácia e segurança se mantem rigorosos e altamente confiáveis (leia mais: Coronavírus).

Cada vacina tem sua indicação e deve ser avaliada cautelosamente, frente aos riscos e benefícios que pode proporcionar. Em caso de dúvida, consulte seu médico. Não perca a oportunidade de se proteger e conquistar o envelhecimento mais saudável.

Sugestão de leitura:
Quem é sênior, vacina

Coronavírus

No final de 2019, foram identificados os primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus em Wuhan, província da China. Em janeiro de 2020, a OMS declarou emergência de saúde global; em fevereiro de 2020, o vírus foi nomeado SARS-CoV-2 e a doença causada por ele, chamada de COVID-19. Desde então, o número de casos vem aumentando e a doença tomando proporções mundiais, com elevado número de mortes.

De acordo com a OMS, a grande maioria das pessoas infectadas (cerca de 80%) permanecem assintomáticas ou com sintomas leves (febre, tosse, dor de garganta, fadiga, dores musculares, alteração de paladar e olfato, dor de cabeça, náuseas e diarréia), entretanto, 15% podem evoluir com formas mais graves com demanda de oxigênio suplementar e ainda 5%, com quadros críticos e necessidade de internação e monitorização intensiva. Um dos fatores associados a maior risco de evolução para formas graves é a idade acima de 60 anos.

Mesmo diante de tamanha importância mundial, ainda não há medicação ou tratamento específico que tenha sido aprovado até o momento (maio/2021) com bom resultado na prevenção ou melhora dos sintomas em qualquer fase da doença. Os casos leves devem ser acompanhados e medicados com sintomáticos (analgésicos e antipiréticos). Existem medidas de suporte e, sabemos que o uso de anticoagulantes e corticóides são importantes aliados no tratamento do doente crítico.

Por não haver tratamento efetivo com benefício comprovado, assim como na maioria das doenças virais, o principal aliado no combate a doença é a prevenção. Ao pensar em medidas preventivas, temos duas estratégias: (1) a adoção de medidas de distanciamento físico, bem como higiene frequente das mãos e uso de máscaras adequadas; (2) a vacinação da maior quantidade de pessoas possível, no tempo mais curto possível.

Diante do exposto, muitas universidades, centros de pesquisa e indústrias farmacêuticas do mundo todo se empenharam durante os últimos meses na descoberta de vacinas que pudessem amenizar os efeitos da pandemia.

Temos hoje, quatro vacinas licenciadas para uso no Brasil, a saber:

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  • Fiocruz/Universidade de Oxford/AstraZeneca
  • Instituto Butantan/Sinovac (CoronaVac)
  • Janssen Pharmaceuticals/Johnson & Johnson (Ad26.COV2.S)
  • Pfizer/BioNTech (COMIRNATY)

A recomendação dos especialistas é que a vacinação se inicie nos grupos mais vulneráveis a doenças graves (idosos e pessoas com comorbidades) e aqueles que tem maior exposição ao vírus (profissionais de saúde), evoluindo o mais rápido possível até que se atinja a taxa de 70 a 80% de cobertura vacinal, quando se pode obter a imunidade coletiva ou imunidade de rebanho.

É muito importante ter acesso a informação de qualidade, vinda de órgãos de saúde competentes, guiados por protocolos internacionais de pesquisa. Para isso, procure seu médico, informe-se e não deixe de se vacinar.

Sugestão de busca de informações:
SBIM – COVID-19

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